Perguntar ao invés de dizer, perguntas ao invés de respostas, tornou-se a chave para a excelência da liderança. Peter Drucker (2003) observou que o líder do passado pode ter sido uma pessoa que sabia dizer, mas certamente o líder do futuro será uma pessoa que sabe perguntar. Com a crescente complexidade e velocidade das mudanças, o modelo hierárquico tradicional de liderança que funcionou ontem não funcionará amanhã. O líder simplesmente não saberá o suficiente para dizer adequadamente às pessoas o que fazer. Nenhuma pessoa pode dominar todos os dados necessários para tratar de questões complexas (Dilworth, 1998).
Há mais de 2.000 anos, Sócrates percebeu que liderar era muito mais uma questão de fazer as perguntas certas do que de dar respostas, e desenvolveu o que chamou de dialética – um método de questionar para chegar à verdade. Liderar com perguntas é uma versão moderna da dialética e em breve se tornará a ferramenta mais crítica de um líder para integrar indivíduos, equipes e organização. A pergunta se tornará o meio essencial para os líderes aprimorarem as comunicações e melhorarem a capacidade empresarial de pensar e agir criticamente e com sucesso.
Os líderes de hoje enfrentam o tremendo desafio de liderar em um mundo orientado a respostas e soluções rápidas, onde mais pessoas ao seu redor clamam por respostas rápidas – às vezes qualquer resposta. Ironicamente, responder a essas pressões os deixará à deriva, pois deixarão de ter soluções impactantes e de longo prazo para ter problemas reais.
Os líderes precisam perceber que declarações, por si só, não levam a um pensamento profundo, já as perguntas levam a avanços na produtividade ou na inovação. Os líderes que lideram com perguntas sabem que distinções sutis e as novas perspectivas obtidas pelas perguntas revelam novas possibilidades.
Poucos líderes lideram com perguntas, ao invés disso, eles tendem a ditar ou debater em vez de indagar e dialogar. A maioria dos líderes desconhece o incrível poder das perguntas e como elas podem gerar resultados a curto prazo, além de aprendizado e sucesso a longo prazo. Líderes que não fazem perguntas tendem a sofrer consequências terríveis. A maioria dos desastres compartilha um fio comum – a incapacidade ou a falta de vontade das pessoas e líderes de levantar questões sobre suas preocupações (Marquardt, 2014). Alguns membros do grupo podem temer ser os únicos que têm uma preocupação particular (quando, na verdade, muitas pessoas têm preocupações semelhantes). Outros sentem que sua pergunta já foi respondida na mente dos demais membros do grupo e, se fizerem a pergunta, será considerada uma pergunta idiota – e eles serão “taxados” como estúpidos ou por não estarem alinhados com o grupo.