À medida que cada vez mais nós coaches atuamos a nível mundial, a compreensão dos impactos das diferenças culturais na tomada de decisões éticas torna-se na minha opinião, mais importante para evitarmos potenciais armadilhas e entendermos os diferentes contextos quando eventualmente, sejamos convidados a atuar em diferentes culturas.
Embora, vários artigos e estudos tenham abordado esta área de forma geral, algumas relevantes dimensões culturais, não têm sido diretamente examinadas, principalmente na prática do coaching. Assim, meu objetivo neste artigo, é iniciar um processo explorativo e pelo menos, de forma intuitiva, abordar alguns pontos na tomada de decisões éticas dentro do quadro das dimensões culturais desenvolvidas por Geert Hofstede e sua equipe desde o início da década de 70.
As questões éticas surgem normalmente devido aos conflitos entre as filosofias e valores morais pessoais dos indivíduos e os valores das organizações em que trabalham e da sociedade em que vivem (Ferrell e Fraedrich, 1997). Para lidar com estes conflitos com sucesso, nós coaches, precisamos seguir conceitos e padrões éticos robustos, apropriados e aplicá-los adequadamente, em nossa prática diária.
A ética não é um caminho fácil, óbvio, exato ou previsível, pode assumir várias faces e interpretações, mas é o único caminho para aqueles que desejam construir de forma coletiva uma atividade profissional autorregulada como o coaching deve ser.
Tenho convicção de que é através dos códigos de ética das várias agências reguladoras do coaching no mundo, como a ICF-International Coaching Federation e o EMCC – European Mentoring and Coaching Council, para citar as duas maiores, que a atividade será regida por regras claras e garanta um ambiente de equidade e oportunidades para os(as) coaches sem defesa de interesses e agendas escusas de certos grupos, que olham para o coaching como mais um negócio e não como uma atividade voltada para o cuidado com o outro.