Eu já li muito sobre o medo. Já fiz workshops, participei de Lives, estudei seus mecanismos e, como terapeuta, segurei a mão de muitas pessoas que enfrentavam seus dragões. Mas o que mais me ensinou sobre o assunto foi ter atravessado, sozinha e sem nenhum equipamento especial, um dos maiores medos que meu ego sentia naquele momento de vida.
Recém-formada em psicologia, sem amigos ou família morando próximos de mim, sem renda e sem nenhum tipo de suporte externo, decidi sair de um casamento, do qual eu era completamente dependente no âmbito financeiro, e viver por conta própria. Numa espécie de loucura permitida, aluguei uma pequena casa, sem fazer a menor ideia de como arcaria com o aluguel e custos de uma vida independente no final do mês.
Esse foi meu salto no abismo, a travessia que estilhaçou completamente as crenças disfuncionais que eu carregara por anos e que me diziam que eu seria incapaz de gerar prosperidade ou cuidar de mim mesma.
Todos os dias agradeço por esse momento tão assustador de minha jornada neste planeta.
Esse foi o mês em que minha vida mudou. Ao final desses trinta dias de total confiança e entrega a meu Eu Superior (podem chamar também de mente superior, ou pelo nome que lhes for mais confortável), tendo vivenciado o que muitos chamariam de milagres, cheguei a uma independência que foi muito além da financeira, e que dura até hoje.
Compreendi então, visceralmente e de forma absolutamente prática, que o medo nada mais é do que uma ilusão programada para nos manter prisioneiros, afirmação essa que abordo a seguir, de forma mais detalhada.