O c u parece cair o ch o some a luz se perde o tempo foge mem rias congelam e o ar escapa encolhimento retra o terror paralisia O que mais H quem diga que o pior medo o medo de sentir medo Temos medo ou ele nos tem Al m dos vest gios pessoais o medo uma heran a ancestral e cultural e por isso confront -lo e lidar com ele parece inevit vel a qualquer ser humano e vale ressaltar que oposto do medo n o representa a coragem mas simplesmente o n o-medo Jung sugerem que a esp cie humana dotada de uma mente imortal um grande repert rio adaptativo cujos estratos denotam sua evolu o moral e cognitiva desde tempos primordiais como se cada um de n s carregasse dentro de si um estranho de um milh o de anos portador inconsciente das mem rias de afli es especula es e medos nascidos da experi ncia humana atrav s dos tempos Livrar-se de nossos medos pode ent o n o ser uma coisa t o simples ou corriqueira Ainda segundo Jung a maioria das dificuldades vividas na modernidade resultam da perda de contato com nossos instintos e com essa antiqu ssima sabedoria adaptativa armazenada Trata-se de um recurso fundamental a qualquer um que se sinta derrotado em sua luta com problemas da exist ncia individual ou coletiva Esperan as e apreens es mais intimas sonhos e fantasias amplos redutos das mais variadas formas de medo constituem uma importante chave para o contato com este ser antigo dentro de n s E ele vez ou outra d as caras quando menos esperado por exemplo quando do m dico ouvimos o diagn stico grave Muito embora vivamos uma poca supostamente direcionada pela racionalidade cient fica e tecnol gica existimos em cosmovis es mais amplas que incluem tamb m pol tica concilia o de interesses arte modos e linguagens de express o e religi o cren as e expectativas de transcend ncia temas estes que pautam ainda que de modo inconsciente nossos medos esperan as e decis es Segundo Eudoro de Souza nossa vida e essa seguramente uma das maiores fontes de medo em nossa exist ncia Na alma e esse o sentido em perspectiva dado por James Hillman nos fala por meios que v o para al m da linguagem racional ela mitopo tica revelando-se tamb m por meio da linguagem simb lica como ali s j constatado por pesquisas neurocient ficas Atrav s dos filtros da alma o medo pode enredar-se pelos caminhos da vida e neles permanecer por longo tempo Nesse sentido vale a pena sugerir tr s dimens es de olhar e reflex o sobre o medo a vital a imag tica e a narrativa todas interconectadas formando uma esp cie de caleidosc pio cujas imagens se alternam numa dan a orquestrada pelo tempo pela mem ria e claro pelo impacto das circunst ncias Do ponto de vista da dimens o vital o medo se apresenta n o especificamente como uma emo o mas como uma rea o ou sensa o f sica disparada por uma...