Por que silenciamos mesmo quando desejamos expressar genuinamente a nossa opinião ou ideia sobre algo? Silenciamos a partir do medo de não nos expor? Podemos assumir que isso acontece quando não há segurança psicológica no ambiente?
O termo “espiral do silêncio” foi criado pela alemã Elisabeth Noelle Neumann e está relacionado ao medo que os indivíduos têm de serem isolados pela maioria no que diz respeito às opiniões individuais que possam ter e que sejam contrárias às da maioria. Ou seja, ao sentir este medo, vamos em busca de recursos que possam nos ajudar a compreender ou investigar a opinião da maioria das pessoas sobre um tema antes de expressar a nossa.
A partir dessa investigação, se a opinião que temos está em consonância com a da maioria das pessoas, nos sentimos confiantes em expressá-la abertamente. Se nossa opinião não está em consonância com a maioria, escolhemos não expressar o que pensamos e, muitas vezes, o que sentimos.
Numa tentativa de ilustrar de alguma forma o desdobramento prático deste conceito no dia a dia do mundo do trabalho, a seguir alguns padrões de comportamento disfuncionais que podemos encontrar no dia a dia das organizações, como exemplo:
• Em reuniões, quando é preciso expressar uma opinião a respeito de algo e aquele silêncio geral que se instala sorrateira ou escancaradamente, pois as pessoas não têm coragem de se posicionar
• Quando as pessoas forjam a expressão de suas opiniões na busca por um consenso, por consonância, quando possuem opiniões contrárias às da maioria, por medo de serem julgadas, excluídas
• Ou ainda, quando antes das reuniões, exaustivamente buscamos alguns aliados para alinhar “nos bastidores” pontos de vista sobre uma tomada de decisão a fim de que na reunião oficial a concordância se dê com aparente naturalidade, a partir de um esforço artificial empreendido previamente na busca por minimizar o impacto de uma possível discordância, conflito, exposição entre os envolvidos