Sobre a autocompaixão
Durante a rotina normal de trabalho, estamos, em certa medida, atuando como profissionais idealizados, uma projeção de nossas perspectivas. Queremos demonstrar que estamos preparados, que somos resistentes e capazes de realizar o trabalho cada vez mais e melhor. Como somos elogiados pelo bom desempenho, nossa autoestima e autoconfiança se fortalecem. Isso, entretanto, pode ser muito perigoso. Se algo adverso nos acontece ou, por algum motivo, não estamos preparados para a realização de uma atividade ou, ainda, se não formos capazes de dar conta de alguma tarefa, todo o edifício que construímos parece desmoronar e, então, pensamentos como “eu sou uma fraude” ou “eu sou uma incompetente” passam a martelar nossa mente.
Uma vez neste lugar, quem pode nos tirar dali? Bem, essa pessoa somos nós mesmos. E, para isso, será preciso desenvolver alguns recursos que nos darão suporte nesse processo. Um recurso que considero muito poderoso é a autocompaixão. Desenvolver a autocompaixão permite que passemos pelas experiências - boas ou ruins - de maneira sensata. A autocompaixão nos oferece diversas habilidades para lidarmos com essas situações, sobretudo, ser mais gentil e amoroso conosco e consequentemente com as outras pessoas. O objetivo não é nos tornarmos pessoas melhores, isso deveria ser uma consequência. A intenção é, antes, abrir espaço para uma transformação.
O ambiente corporativo desafios, competitividade, busca pelo sucesso
Em minha experiência, o ambiente corporativo se revelou bastante desafiador para o desenvolvimento da carreira. E tende a ser cada vez mais. Uma constante no perfil da grande maioria das empresas é a busca por lucros altos e metas agressivas que, ademais, são incrementadas a cada ano. Todo esse contexto tende a criar um ambiente cada vez mais competitivo e eleger a performance como o principal critério de avaliação dos colaboradores.
Neste sentido, quem trabalha nesses locais se vê imerso nessa bolha. Somos incentivados a aprender, a ser eficientes e produtivos e, assim, gerar resultados. Nosso reconhecimento está vinculado à perpetuação desse ciclo. E nós contribuímos para isso na medida em que nos tornamos disponíveis sem barreiras de tempo e espaço para a consecução do trabalho.