Quem de nós nunca viveu o desafio de mudar algo em sua vida? Qual é a organização que não é desafiada a mudar para responder às necessidades da época? Indivíduos e organizações constantemente estão em processo de mudança e vivem ricas e desafiadoras experiências, às vezes em consciência de sonho. De qualquer modo, cada processo é único e cada um vive seu processo de forma singular na tensão entre contração e expansão do pensar, sentir e agir. Basta remetermos nossa memória a uma experiência de mudança e entraremos em contato com a lembrança dos sentimentos polares que indo do riso ao pranto, da dor à alegria, do medo à coragem, da valentia à covardia, da escuridão à luz e tingidos pelas cores da esperança de transcender limites e ao mesmo tempo sustentar o equilíbrio no centro do nosso ser, nos invadiram durante o processo.
Desejamos que a mudança daquilo que não está como gostaríamos aconteça num “passe de mágica”, pois o que importa é chegar ao destino o mais breve possível. Esquecemos que a riqueza está mesmo é na jornada. É dela que podemos fazer um exercício de auto reflexão para compreender e apreender do processo. A organização que aprende das experiências sabe que num processo de mudança passará por períodos de sonolência, certa paralisia e estagnação e que será preciso lutar para reencontrar entusiasmo e direção e aproveitar os períodos de renovação e revitalização para dar novos impulsos. No entanto, pressionada pelo cliente, pela concorrência, pelo mercado, a organização tem pressa de chegar ao novo patamar de desenvolvimento e perde a visão do todo. Mas tenhamos vivo na consciência que o poder do vir a ser está na mão de cada indivíduo. Será que as organizações têm consciência plena de que mudar implica em criar as condições para que os indivíduos se desenvolvam? A mudança que cada um processa em si mesmo contribui para a mudança da organização e, à medida que a organização muda, cada indivíduo encontra as condições para melhor se desenvolver. Este é um círculo virtuoso em que ambos, indivíduo e organização, se movem num contínuo aprender e empreender, desafiando um ao outro a superar resistências, a desaprender o aprendido e aprender o novo.