Quando há liberdade para aprender, o ser humano tende a mover-se no sentido da plenitude e da sua potencialidade.
Carl Rogers (1978)
Compreendemos o Coaching como um processo no qual o coachee é apoiado a ampliar seu olhar e escrever sua própria história. Na medida em que amplia seu olhar, passa a ver em si o potencial para novas escolhas.
Não o julga o coachee. Aceita, acolhe e convida a uma viagem. Está com ele, ao seu lado, presente e atento, interessado e inteiro. O coachee se apercebe disto e se tranquiliza, confia, troca e se disponibiliza. Viaja, convidado pelo coach, e também convida este para suas viagens. São parceiros inteiros e presentes.
Nas palavras proferidas pelo professor e coach português Tito Laneiro, em março de 2012 em workshop em São Paulo, encontramos uma estimulante percepção:
"- Às vezes, o que faz com que as pessoas mudem é nós não querermos que elas mudem.”
Ou seja, no momento em que a pessoa se livra do peso de ser quem o outro deseja que ela seja, sente-se mais confortável e confiante para mudar e ser quem deseja ser. Assim, o caminho passa pela aceitação incondicional do outro. Parte-se do pressuposto de que o coachee é um sábio em sua sabedoria.
Algumas primorosas perguntas de um coach a si mesmo poderiam ser:
- Estou desejando ou esperando que o coachee mude?
- Estou acreditando que sei o que é melhor para este coachee?
- Como coach, estou disposto e aberto a mudar, eu mesmo, com esta experiência?
Uma ponderação pertinente sobre o preparo do coach para desempenhar seu papel passa por um olhar para si mesmo. Perguntas que o levem, enquanto Ser, a compreender a si mesmo, estando inteiro na experiência única de olhar para suas próprias emoções, integrando-se em suas dimensões do conviver.
O coach está amiúde exposto a exercitar o não julgamento, a abertura, a flexibilidade e, principalmente, a ampliação de sua própria consciência. É uma escolha que precisa fazer sob pena de, inadvertidamente, intervir muito além do seu papel na vida de outra pessoa.
Para o psicólogo Will Schutz (1978), “o quanto de compaixão pessoalmente sinto por você vai depender do quanto me importo com você como pessoa e de três fatores pelos quais eu o percebo: 1) você aceitar ou não responsabilizar-se por si mesmo; 2) você estar disposto a solucionar seu próprio problema; 3) você se permitir saber como resolver suas dificuldades”.