COMECE NO COACHING COM SEGURANÇA
Para quem está iniciando no mundo do Coaching os primeiros atendimentos são um enorme desafio. Sentir a responsabilidade de ter uma pessoa que está compartilhando um problema que a aflige e depositar em você confiança e esperança de surgir uma luz no fim do túnel, pode ser peso enorme.
Existem muitas armadilhas ao longo do caminho e aqui quero abordar três importantes.
1- A armadilha da falta de preparação
Existem duas grandes vertentes no ensino e na prática do Coaching, a primeira é a escola instrumental, cheia de formulários, guia de perguntas e modelos prontos a serem seguidos. Este é o modelo que se encaixa nas formações de massa, pois ficaria inviável trabalhar de outra forma com grandes turmas e pouco tempo. Muitos elementos motivacionais são utilizados ao longo da formação. Fornecem elementos estruturais básicos para um início de atuação mas não preparam para um próximo nível. Tudo bem se sua primeira formação foi neste formato, mas tenha consciência de que após um período de prática e ganho de confiança precisará ir para um próximo patamar, e este se encontra na escola filosófica, baseada no autoconhecimento, autopercepção e na conexão profunda com o coachee. Praticamente não utiliza elementos instrumentais como formulários e assessments, e toda prática baseia-se no desenvolvimento de uma profunda capacidade de ouvir e conectar.
2 - A armadilha de querer palpitar na vida do coachee
Sem dúvida fomos educados para tentar ajudar aqueles que precisam, e sempre que estamos diante de um problema para o qual julgamos ter a solução, existe uma compulsão de dar uma dica, um conselho, passar nossa experiência, para que, assim, a pessoa também resolva seu problema e viva melhor. Só que um dos princípios básicos do Coaching é a não-diretividade, muito pouco trabalhada na maior parte das escolas instrumentais.
Não-diretividade quer dizer não dirigir o rumo do pensamento e ação de seu coachee, e aí entra a diferença entre perguntas abertas e fechadas. Somos diretivos, por exemplo, quando convidamos uma pessoa para almoçar, perguntamos: “Gostaria de comer carne ou massa?” Com esta pergunta dirigimos a escolha da pessoa para duas opções que pré-selecionamos. Esta é uma pergunta fechada. Uma abordagem não-diretiva seria: “O que você gostaria de comer hoje?” Desta forma, não damos nenhuma dica ou opção, não influenciamos a resposta do outro.
Com esta distinção entre as duas abordagens e mais experiência, é natural que comecemos a criar formas mais elaboradas de burlar o sistema e disfarçar perguntas diretivas em uma roupagem não-diretiva. Veja o exemplo: “Gostaria de comer aqui perto e ir a pé, ou gostaria de ir em outro lugar mais longe de carro?” Parece uma pergunta aberta, pois não citamos nenhuma comida, mas ao considerarmos que o único restaurante perto a pé é um de massas, e que colocamos a distância como algo que toma tempo e dá trabalho, estamos influenciando fortemente a decisão da outra pessoa. E, por vezes, nos pegamos fazendo perguntas ainda mais elaboradas com ações diretivas muito bem escondidas.
A não-diretividade para o coach é um grande divisor de águas em sua atuação, pois, a partir de perguntas abertas, consegue fazer com que o coachee explore de forma mais íntegra suas próprias opções através de um contato legítimo com seus gostos e preferências.
3 - Armadilha de achar que atendimento online é igual ao presencial
Com as facilidades que a tecnologia nos traz não existem mais barreiras para o atendimento – dada a facilidade com que podemos fazer ligações em vídeo via desktop, notebook, tablet ou mesmo celular. Muitos na internet, principalmente aqueles que estão vendendo curso, ebook ou vídeos instrutivos para atendimentos online, vão vender o peixe de acordo com os interesses deles, que é você achar que tudo é uma maravilha e que eles vão evitar que você tenha problemas.
CUIDADO! O Coaching é uma interação muito profunda entre coach e coachee, é a construção de uma relação de confiança. Para tal, o olho no olho ajuda e muito. Conhecer alguém pessoalmente lhe dá muito mais elementos do que ver parte da pessoa em uma tela. Como a pessoa chega, anda, se apresenta, seu aperto de mão e postura são elementos que ajudam a construir um perfil do coachee. Longe de ser verdade, este perfil vai sendo validado ou desconstruído ao longo dos encontros. Quando estamos online, precisamos estar conscientes de que perdemos muita informação e precisamos compensar e criar outras estratégias de obter mais peças para nosso quebra-cabeças.
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