Talvez você já tenha se feito as seguintes perguntas:
"Por que não consigo avançar?
O que me impede de realizar aquilo que sinto que tenho condições de fazer?"
Muitas vezes nos sentimos imobilizados, como se estivéssemos afundados até a cintura em uma areia movediça que nos trava, que nos impede de avançar e, pior, quanto mais nos movimentamos, mais afundamos. Nesta situação, a melhor opção é parar, não mexer mais. Quando não mexemos, nada acontece, mas, pelo menos, não afundamos mais. Esta situação de marasmo nos angustia, e ficamos a procurar uma saída.
Lembro de um famoso conto de Mulla Nasrudin:
Um vizinho encontrou Nasrudin de joelhos procurando alguma coisa.
– “O que você perdeu?”
– “Minha chave”, disse Nasrudin.
O outro homem ajoelhou-se e pôs-se a procurar com ele. Passados alguns minutos, ele perguntou:
– “Onde a deixou cair?”
–“Em casa.”
– “Então por que, em nome de Deus, está procurando a chave aqui fora?”
– “Porque aqui tem mais luz.”
Assim também fazemos quando ficamos a buscar fora de nós as soluções e respostas que se encontram dentro. E é aí que entra o Coaching, como um instrumento para fazer esta transição do fora para dentro, do tomar consciência de que temos as respostas, ou que podemos construí-las. Mas para que este movimento ocorra, é preciso o resgate da consciência de quem somos e do poder que temos.
Existe uma passagem escrita por Marianne Williamson em seu livro, "O Retorno ao Amor", de 1992, que ficou muito famosa.
Nosso maior medo não é sermos inadequados.
Nosso maior medo é não saber que nós somos poderosos, além do que podemos imaginar.
É a nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos assusta.
Nós nos perguntamos: “Quem sou eu para ser brilhante, lindo, talentoso, fabuloso?”.
Na verdade, quem é você para não ser?
Sim, o que procuramos lá fora com tanto empenho e dedicação, normalmente está dentro de nós. Assim como a força e o poder que procuramos para realizar nossos sonhos, nossos projetos, também estão.
Deste modo, vemos que precisamos, por mais estranho que possa parecer, tomar posse do poder que já temos. E esta tomada de posse vem do despertar da consciência de que possuímos uma enorme riqueza interior na forma de experiências, realizações, competências adquiridas e que, muitas vezes não as valorizamos, não as reconhecemos.
Em alguns cursos que ministro, em determinado momento, quando estamos falando sobre autoconhecimento, proponho um exercício muito simples que chamo de "vamos brincar de três". Convido você a fazê-lo agora, enquanto lê. A proposta é que pense e escreva, três coisas (fatos, ideias, aprendizados) para cada item que vou colocar. Vamos lá?
- Três coisas que aprendi na vida
- Três qualidades que desenvolvi
- Três coisas que faço bem
- Três coisas que me alegram
- Três coisas que me estimulam
- Três características pelas quais sou reconhecido e elogiado
- Três situações onde dei o meu melhor
- Três momentos de muito orgulho pessoal
Estas são algumas frases. Sinta-se à vontade para acrescentar outras e para compartilhá-las nos comentários abaixo.
Agora vem a segunda parte do exercício. Com esta primeira lista, escrita, em mãos, crie vários momentos para rever esta lista durante os próximos dias e semanas para estender todos os itens até 30.
Sim, 30 coisas que aprendi na vida, 30 qualidades, 30 coisas que faço bem e etc. Imagine que após este processo, que pode levar de uma a 4 semanas, você tenha uma visão mais expandida sobre você mesmo.
Assim, precisamos resgatar nosso poder pessoal, interior, que já está lá. Como coloca Rosa Krausz na apresentação do dossiê sobre Empoderamento da edição 59:
Entendemos que empoderamento é o resultado de um processo interno do Coachee
que dispara quando este se sente genuinamente seguro, confiante e apoiado para
rever-se, permitir-se ser e agir diferentemente, a abandonar certas crenças a respeito
de si, do outro e dos acontecimentos do mundo à sua volta.
É interessante analisar a expressão que ela utiliza "...processo interno do Coachee que dispara quando este se sente genuinamente seguro..."
Desta forma, busque acessar seu poder interior. Empoderamento é isto, tomar posse do que já é seu.
“Quem sou eu para ser brilhante, lindo, talentoso, fabuloso?”
Na verdade, quem é você para não ser?