Este na foto é meu gato Shiva, um bichano muito afetivo, apesar de sua natureza de gato. E observando seu comportamento, podemos aprender muitas coisas sobre nossos coachees.
Gatos têm uma rotina variada, e de tempos em tempos mudam seus "cantinhos" de soneca. Esta tarde, entretanto, Shiva entrou em meu escritório e subiu na mesa em frente à minha como já fez no passado. Há tempos não fazia. Lá chegando, observa todo o contexto da mesa. Levanto-me e coloco uma almofada em um canto livre da mesa para maior conforto dele. Voltando para meu posto, observo sua movimentação e eis que ele some atrás da divisória entre mesas. Levanto o pescoço e noto a almofada vazia.
Não me contive e levantei para ver onde ele estava. Deparei-me com a cena da foto.
Em um contorcionismo digno do circo, ele se encaixou (mais ou menos) na maleta da máquina fotográfica.
Imediatamente me pus a pensar sobre minha diretividade e interferência em relação às metas dele. Peraí, não sou coach do gato, assim não posso dar meus pitacos sobre o que acho melhor. Sim, claro, e ele tem todo o direito de dizer que aquilo que para mim era o melhor, para ele não é.
Seu olhar de satisfação (interpretação minha) era nítido. Ele gostou da escolha. Não sei se havia um simbólico embutido nela ou simplesmente estava gostoso.
Aos olhos de quem está de fora, a escolha de Shiva não faz o menor sentido. "Ele poderia ter escolhido lugar melhor" alguns poderiam dizer. Sim, poderia, mas ele fez sua escolha.
No mundo do Coaching, quantas vezes o coach se revira na cadeira para não interferir na escolha do coachee?
Guarde esta imagem para lembrar que é o outro que tem que fazer suas escolhas. Cabe a nós, coaches, questionar, para que o coachee esteja seguro quando fechar sua escolha, sem nossa interferência.
Abraços,
Lannes