Este é um trecho do artigo de Magali Lopes e Marina de Mazi, intitulado "A prática da abordagem centrada na pessoa" parte de nosso dossiê da edição 61.
Atualmente, muitas formações e cursos em coaching promovem um amplo arsenal de ferramentas e técnicas para a realização da prática do coaching. Essas possuem seu valor e relevância para a realização de uma prática efetiva, porém não é tudo. Segundo a CSA – Coaching Supervision Academy -, “Who you are is how you coach”, ou seja, você faz coaching como você é.
As técnicas, conceitos e ferramentas são objetos intermediários, mas a essência do processo está na atitude e jeito de ser do coach, e aí que está o segredo do negócio. Na busca pelo desenvolvimento dessa atitude de “ser coach”, encontramos a ACP, a Abordagem Centrada na Pessoa, desenvolvida pelo psicólogo americano Carl Rogers, que não prevê técnicas, e sim, um jeito de ser.
Em seu livro “Comunicação Não Violenta”, Marshall Rosenberg, quem estruturou essa linguagem, nos diz o quanto ele era especialmente grato por ter estudado e trabalhado com Carl Rogers quando este pesquisava sobre a Abordagem Centrada na Pessoa. Os resultados das pesquisas de Rogers desempenharam papel fundamental na evolução do processo de comunicação descrito por Marshall.
O pressuposto básico da ACP é que a melhor maneira de uma pessoa se desenvolver é confiar no seu potencial e na sua condição natural de pensar, sentir, buscar e se direcionar no caminho de suas necessidades. Pela visão centrada na pessoa, o coachee precisa apenas de condições especiais para rever a maneira como ele está se desenvolvendo e, para isto, o coach busca criar essas condições para que a pessoa perceba, em si própria, o seu caminho e as suas respostas. Segundo Rogers (1959),
“Todo organismo é movido por uma tendência inerente para desenvolver todas as suas potencialidades de maneira a favorecer o seu enriquecimento”.
A partir deste pressuposto, chamado de “Tendência de atualização” derivam as condições que são facilitadoras na relação para que a pessoa se auto dirija, então ela tende a ampliar o seu repertório interno e a buscar novas formas de se atualizar, ganhando maiores condições de encontrar mais harmonia interna e, em consequência, uma maior harmonia com o seu meio.
Magali Lopes
Psicóloga, especialista em dinâmicas grupais, atua como coach e
facilitadora de diálogos que transformam.
magali@8coaching.com.br
Marina de Mazi
Psicóloga, especializada em psicodrama e grupos operativos, atua
há mais de 12 anos como consultora, coach e facilitadora de
grupos.
marina@wial.org.br
Conheça mais sobre a edição 61 que abordou a relação entre o Coaching e a CNV.