A edição 63 da Revista Coaching Brasil está no ar e aborda as “Questões Éticas na venda de Coaching”. Hoje em dia é comum sentirmo-nos enganados e frustrados com vendas que projetam uma imagem diferente do que adquirimos. E, infelizmente, o Coaching não escapou dessa prática. A banalização no mercado vem crescendo e distorcendo todo o processo, transformando-o em um simples produto.
Coaches muito experientes explicam nesta edição a importância da barreira da ética nas vendas e o respeito com o cliente.
“A venda do coaching como mercadoria, como um “produto” capaz de fazer “milagres”, muitas vezes criando ilusões e manipulação do cliente é, segundo o pensamento buberiano, transformar o TU em um ISSO, quando o ser humano se torna apenas um objeto”.
Se o conteúdo te interessou, aproveite para se tornar assinante e ler esta edição completa e muitas outras, como a edição 62, Como vender Coaching.
Através da Apresentação do Dossiê, escrita e coordenado pelo editor-chefe, Luciano Lannes, você vai entender como as vendas pela internet vêm transfigurando a ética e a importância de entendermos este tema e modificá-lo nos dias de hoje:
Coordenação de Luciano Lannes
Coach, Palestrante, Trainer, Escritor.
Editor da Revista Coaching Brasil.
Acredito no potencial de realização do ser humano.
lannes@lucianolannes.com.br
“Em um momento onde a mídia está sendo utilizada para bombardear as pessoas sobre as vantagens de ser ou fazer Coaching, faz-se necessário uma análise crítica sobre o que e como vem sendo oferecido, e quais valores estão sendo respeitados ou não dentro deste processo. Conforme as pessoas vão ficando entorpecidas com o acúmulo de e-mails, postagens no Facebook e Instagram, a diferenciação, aquele elemento que faz com que um texto ou chamada se torne atrativa, começa a romper a barreira de uma postura ética.
Esta edição, abordando as “Questões éticas na venda de Coaching”, nasceu de uma conversa com Ana Pliopas, quando a convidava para escrever sobre sua experiência na venda de processos de Coaching, visto Ana ser uma das sete pessoas no Brasil a ter a titulação MCC (Master Certified Coach) da ICF. Conversar com Ana Pliopas é sempre inspirador e desta vez não foi diferente. Em poucos instantes, Ana já havia feito um discurso sobre a crise de valores na venda de Coaching e a questão ética mostrou-se mais do que relevante. O Universo conspirou a favor deste tema e montar um grupo de primeiríssima linha para aceitar este desafio, ainda mais com agenda apertada, foi fácil e rápido.
Escalação do time deste dossiê: Ana Pliopas, Maria Angélica Carneiro, Ana Paula Peron, Clenir Streit, Eva Hirsch Pontes e Robson Santarém. Montamos um grupo no Whatsapp e eles imediatamente começaram a interagir, trocar ideias e delinear seus temas.
Equipe montada, lembrei de uma frase de minha mãe: “Se quer algo bem feito e rapidamente, peça para pessoas ocupadas”.
Ao longo destes cinco anos na construção da Revista Coaching Brasil tive o prazer de conhecer, conversar, aprender com os grandes coaches do Brasil. Estes não são os que ficam dando show na internet, mas os que trabalham em silêncio e mostram seu trabalho em círculos seletos. Produzem conteúdos de relevância e não querem convencer ninguém de nada, mas mostrar caminhos, trazer reflexões, trabalhar efetivamente o desenvolvimento da consciência humana. A questão ética sempre balizou a forma de ser e comunicar da Revista Coaching Brasil, e estar ao lado destes profissionais foi por demais inspirador.
O tema ética me é particularmente caro e está presente na revista, em palestras, cursos, textos e, principalmente, procuro premiar sua prática. Ética é ação e não intenção ou discurso. Ética envolve o outro, repercussões de nossas ações e tomada de responsabilidade.
O imperativo categórico que Kant elaborou nos mostra uma forma simples de avaliar opções e tomar decisões:
VIVA DE TAL MANEIRA QUE A TUA VONTADE PRETENDA, QUE O PRINCÍPIO QUE REGE O TEU COMPORTAMENTO POSSA REGER O COMPORTAMENTO DE QUALQUER UM.
A discussão sobre a ética na venda, processo e pós venda do Coaching me fez consultar o código de ética de outras profissões, estas regulamentadas como Psicólogos, Psiquiatras e Médicos. Encontrei coisas interessantes que se fossem aplicadas ao mundo do Coaching, acredito que 80% dos picaretas mudariam de área. Em relação ao Marketing de Conteúdo, muitos se utilizam de conteúdos e ideias de outras pessoas sem ao menos citar a fonte.
No Código Médico encontramos: “É vedado ao profissional apresentar como originais quaisquer ideias, descobertas ou ilustrações que na realidade não o sejam.” Ainda por este código, também é vedado fazer previsão taxativa de resultados, e o que mais se vê é a oferta do serviço de Coaching como ponte para a realização dos sonhos e metas do coachee, inclusive com fotos ilustrativas de fartura, felicidade e realização. E para fechar esta pequena seleção, diz ainda que é vedado divulgar serviços de forma inadequada, quer pelo meio utilizado, quer pelos conteúdos falsos, sensacionalistas ou que firam o sentimento da população.
A falta de responsabilidade se estende a muitos aspectos e nossos autores fizeram uma leitura muito precisa dos pontos de maior relevância, para que você, nosso leitor, possa agregar mais elementos à sua reflexão e tomar decisões cada vez mais éticas.
Os textos estão especialmente ricos e nos convidam a um pensar muito ampliado sobre os diversos atores envolvidos na relação de Coaching, organizacional ou pessoal. Exemplifico com um extrato do texto de Clenir Streit:
“Michael Carroll, em ‘Ethical Maturity’, assegura que a confiança é a base da ética!
Na mesma linha, Murdoch reforça que ‘uma ética de confiança envolve criar e
manter relações fortes o suficiente para suportar os desafios de diferenças,
desigualdades, riscos e incertezas.’ Assim, a confiança gera inspiração recíproca ao nos envolver num nível ainda mais profundo de confiança que aciona a soberania do outro, na sua integridade e desenvoltura para a vida.”
Que este dossiê seja instigante, desafiador e provocativo quanto às posturas e ações da sociedade e dos profissionais de Coaching. Foi um enorme prazer e honra poder contar com profissionais e pessoas tão disponíveis e competentes.”
Tenha uma ótima leitura.
Revista Coaching Brasil