Em poucas palavras, é não misturar o seu conteúdo com o do seu coachee.
Parece simples?
Parece, mas não é.
Este é um dos grandes desafios do coach. Quanto menos experiente for o coach, mais influenciado ele será pelos seus conteúdos e terá a tendência de influenciar seu coachee, mesmo que inconscientemente.
Acompanhe este raciocínio neste video.
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Leia também o artigo que selecionei para complementar esta reflexão, chamado “Não diretividade” escrito por Cris Maia Mendes e publicado em nossa edição número 46.
Olá, Luciano! Boa noite! Adorei esse vídeo! Sempre questionei de forma muito enfática e rigorosa essa questão da suspensão do julgamento. Muitas vezes ouço por aí que coaches devem atuar com total distanciamento do que o coachee traz, numa verdadeira superestima da técnica. Todavia, essa dissociação completa é, a meu ver, impossível (e quase “coisificadora”), justamente por conta disso que você trouxe: somos pessoas com vários conteúdos prévios que vêm à tona ali naquela sessão e são justamente esses conteúdos prévios que vão dar o tom do manuseio da metodologia com aquele coachee. Muitas vezes, o mercado (interno e externo) do coaching parece esperar uma abordagem exata e cartesiana, quando na verdade falamos da dinâmica da vida de uma pessoa facilitada por outra pessoa. Saber lidar com esses conteúdos prévios na relação coach-coachee é fundamental para a condução de um processo humanizado e para a obtenção de resultados consistentes e sustentáveis. Abraço forte e obrigada pelo seu vídeo!!! 🙂 🙂 🙂
Olá Renata,
quando fiz minha formação em CNV (Comunicação Não Violenta) há uns 15 anos ou mais, me chamou a atenção a questão do como fazemos julgamentos. Esta palavra pode ter várias conotações e interpretações. Normalmente, “julgamento” tem uma conotação negativa, como se estivéssemos fazendo algo “feio”. Se trocarmos a palavra julgamento por interpretação, tudo muda. Assim, quando vemos algo, quando ouvimos algo, interpretamos o que está acontecendo à luz do nosso repertório prévio, acumulado ao longo da vida.
Nosso cérebro precisa comparar o que acontece com seu conteúdo aprendido para elaborar um posicionamento pessoal sobre o fato.
Para mim, este processo é realmente inevitável. O que é fantástico fazer é tomar consciência de nossas “interpretações” e ampliando a visão, pesquisar quais crenças estão atuando, e em um outro nível, de onde veio esta crença. Desta forma podemos depurar nosso sistema interno de crenças e significados.
Em um processo de Coaching ou mesmo em uma conversa entre amigos, é muito importante compreender que pessoas diferentes tem interpretações diferentes sobre um mesmo fato e que fomos educados socialmente a contrapor a opinião do outro, a corrigir o outro, a consertar o outro.
O significado real do “Não julgar”, para mim, é não manifestar meu julgamento, minha interpretação, reservando-a para uso interno, mas sempre consciente do que se passa em minha mente. Desta forma conseguimos, com curiosidade infantil, investigar o conteúdo do outro e servirmos de espelho para que ele se conheça melhor.